Pe. PiGi Perini ao Papa Francisco

Por ocasião do primeiro encontro mundial do Sistema de Células Paroquiais de Evangelização com o Papa Francisco, no dia 5 de setembro de 2015, em Roma, o fundador e presidente do Organismo Internacional, Pe. PiGi Perini, em sua acolhida ao Santo Padre, lhe dirigiu as seguintes palavras:

Pe. PiGi Perini

“Beatíssimo Padre, que todos amamos imensamente…

Este é o primeiro encontro das Células Paroquiais de Evangelização com vossa santidade, e também o grande primeiro encontro mundial da nossa jovem vida, como células reconhecidas definitivamente pelo Pontifício Conselho para os Leigos, em 12 de abril deste ano.

Neste propósito desejo cumprimentar o presidente do Pontifício Conselho para os Leigos, sua eminência Cardeal Stanislaw Rylco pela preciosa ajuda, conselho e amor que nos acompanhou.

Não nos conhecíamos anteriormente, as cidades nas quais viemos são muitos distantes umas das outras no mundo, a única razão que nos faria nos conhecermos, seria o Senhor, Santo Padre, que nos fala de Jesus, que nos convida a nos tornar discípulos missionários e que aos poucos, com autoridade, nos indica o caminho para percorrer. Nós já “captamos” a sua mensagem quando abordou a vida consagrada afirmando: A dimensão missionária não pode ser negligenciada, sem deixar um vazio que desfigura o carisma. A missão não é proselitismo, ou mera estratégia; a missão faz parte da gramática da fé, é algo de essencial para quem se põe a escutar a voz do Espírito que sussurra, vem e vai. Quem segue Cristo só pode ser missionário, e sabe que Jesus caminha com ele, fala com ele, respira com ele, sente Jesus vivo junto com ele, no meio do empenho missionário.

A mola que nos impulsiona a anunciar Jesus é a descoberta de um novo e envolvente relacionamento, que nos inicia a um autêntico enamoramento com Ele. Sim, amar Jesus com um relacionamento total que supera as mais verdadeiras expressões de amor: caminhar com Ele, falar com Ele, respirar com Ele, é uma autêntica iniciação ao amor verdadeiro e definitivo, que deve nos acompanhar por toda a vida.

Mas o amor por Jesus deve necessariamente estender-se ao amor ao próximo. Eis porque escolhemos dedicar-nos a evangelização dos nossos oikos.

Por oikos entendemos o irmão e a irmã que encontramos todos os dias. Muitos perderam a mística do relacionamento com Deus, parecem que vivem como se Deus não existisse e não sentem a menor necessidade Dele. Outros são escravos dos problemas de sobrevivência. A eles, as Células Paroquiais de Evangelização querem desenvolver, desencadear a dinâmica de atração, e não de proselitismo, que possa os levar ao encontro pessoal com Ele, o único salvador, amante fiel e misericordioso. Assim procuramos nos empenhar a realizar uma “Igreja de saída”.

Com efeito, cerca de 70% dos membros das células podem ser considerados cristãos que se converteram, abandonando uma vida insensível ao amor de Cristo e a Sua misericórdia, para se tornarem fervorosos anunciadores de Jesus, amando como única e universal salvação. Vários dos presentes estão nesta situação.

Esta experiência eu vi em Pembroke Pines, na Flórida, na Paróquia de Santo Bonifácio, graças ao Pe. Michael Eivers, que hoje, por motivo de saúde, não pode estar aqui conosco. Lá nos EUA em novembro de 1986, encontrei uma comunidade maravilhosamente viva e apaixonada por Jesus, onde todos eram evangelizadores o tempo todo. Ao Pe. Michael enviamos todo o nosso sincero agradecimento no Senhor.

O efeito mais reconfortante, do qual somos testemunhas, é representado na difusão e multiplicação das Células e daqueles que através da experiência pastoral, convertem-se ao amor por Jesus. Depois do entusiasmo inicial não são perdidas as dificuldades e desânimos, mas:

a Palavra de Deus, na qual todos os dias nos nutrimos,
a efusão do Espírito Santo que nos consola, nos transforma e nos reforça,
a confiança na misericórdia de Deus, que sempre nos alcança,
os testemunhos de vida nova que nos é oferecida pelos irmãos do oikos,
a proteção de Maria Virgem, estrela da nova evangelização, que invocamos durante cada encontro de célula, nos permitem de não cair nas armadilhas do Satanás.

Então, Santo Padre, vos pedimos de abrir a nós, sedentos de água pura, as torneiras da graça; nos aconselhe, nos corrija, ore por nós e, sobretudo continue a amar-nos com o grande amor de Jesus que sentimos vibrar no seu paterno coração. Da nossa parte, procuraremos te escutar de coração aberto, a sua palavra, procuraremos fazê-la nossa, como um dom precioso para prestar contas a Deus.

Enfim, desejamos acolher o convite da oração que incessantemente desenvolve-se em todas as igrejas, para aqueles que hoje estão fugindo dos seus países, procurando uma vida melhor aqui na Europa.

A nossa pobre, mas assídua oração pelo senhor, e pelo trabalho de grande responsabilidade que lhe compete, possa apoiá-lo e confortá-lo sempre. Amém”.

(Gentilmente traduzido por Taiana Carbonari)

Link do vídeo original:
https://www.youtube.com/watch?t=846&v=pQyp0oDzWyk