ROTEIRO DE CÉLULA
Série: Conhecendo Jesus
Texto bíblico: Lc 22,39-46
INTRODUÇÃO – Nem mesmo o Filho de Deus teve uma vida livre de sofrimentos (cf. Hb 5,8). Na Palavra de hoje mergulharemos no mistério de Sua Paixão.
• “Conforme o seu costume, Jesus saiu dali para o monte das Oliveiras…” (v.39). Após a ÚLTIMA CEIA, quando instituiu o Sacramento da Eucaristia e predisse a traição (cf. Lc 22,7-23), o Senhor retirou-se com os discípulos para orar (cf. Mt 26,36). Jesus era um homem orante: orava a sós (cf. Lc 21,37) e em comunidade (cf. Jo 18,2);
• Tendo subido para orar, reafirmou: “Orai para que não caiais em tentação” (v. 40). E então se afastou deles para, ajoelhado, orar (v. 41) e recorre à vontade do Pai em primeiro lugar. Temos 3 pontos muito importantes aqui:
1. Ele se retira – a vida de oração requer intimidade com Deus, um momento de isolamento das demais pessoas para tratar só com o Pai;
2. Ajoelha-se – gesto de humildade e rendição;
3. Coloca a vontade de Deus em primeiro lugar – “Pai, se é do teu agrado, afasta de mim este cálice! Não se faça, todavia, a minha vontade, mas sim a tua” (v. 42).
É verdade que a vontade de Deus nem sempre se ajusta à nossa, porque o modo como Ele pensa a nossa vida difere do nosso (cf. Is 55,8). Por isso, é preciso buscar em oração a Sua vontade, como Jesus fez.
Veja outro exemplo: a Virgem Maria tinha um plano, mas Deus a surpreendeu com o Seu plano. E porque ela era uma mulher de oração rendeu-se à Sua vontade, dizendo: “Faça-se em mim segundo a tua palavra” (cf. Lc 1,26-38). Ela aceitou a vontade divina, que é sempre boa, agradável e perfeita. Só que para aderirmos assim temos de ser TRANSFORMADOS, e isto dói (cf. Rm 12,2). Doeu para Jesus, doeu para a Virgem Maria, dói para cada um de nós;
• Porque doeu muito um anjo veio confortar Nosso Senhor (v. 43). Em nossa vida de fé precisamos do conforto, seja dos anjos, que nos são invisíveis, seja dos irmãos de caminhada, que agem como anjos que nos confortam, encorajam e servem na hora da angustia;
• Na célula temos de ter abertura para compartilhar nossas angustias, a fim de recebermos consolo. Mas ainda que nossos irmãos de caminhada estejam dormindo (ou seja, estejam alheios ao nosso sofrimento e isto nos naturalmente nos entristeça – v. 45), não podemos perder a esperança!
• Tamanha foi a agonia do Senhor que orando com cada vez mais intensidade, suou como gotas de sangue! Foi o momento mais dramático de sua vida antes do Calvário! Prostrado, cabeça curvada, suando sangue, triste, sentindo-se esquecido e sendo consolado por uma criatura! Talvez Hb 5,7-8 se refira a este momento: “Nos dias de sua vida mortal, dirigiu preces e súplicas, entre clamores e lágrimas, àquele que o podia salvar da morte (…) Aprendeu a obediência por meio dos sofrimentos que teve”.
• O que podemos fazer para evitar a angústia, a dor, a perda, a enfermidade grave, o abandono dos outros? Absolutamente nada!
• Mas o que devemos fazer quando estamos angustiados? Ora, aquilo que fez o Senhor: orarmos e contarmos com o conforto que vem do céu!
• Frente às tuas provas e dores, frente ao teu desânimo seja com Deus, seja com as pessoas… Não deixe que o “sono” te pegue, não fique prostrado (v. 46). Faça como Jesus: levante-se e ore, vencendo, assim, a tentação de desistir de tudo e de todos. De joelhos para orar, de pé para viver e enfrentar os desafios da vida, é assim que o Senhor nos quer!
Questões:
1. Compartilhe com sinceridade qual tem sido tua maior angustia neste momento? O que a nossa célula pode fazer para te confortar?