discipular

Tarefas do discipulador

O discipulado é uma tarefa frequentemente vista como algo muito complicado. E ser discipulador então…! Quanta gente sente até um frio na barriga quando se depara com esta realidade. Mas a gente só aprende a ser pai e mãe quando nos deparamos com a paternidade e a maternidade, e essa atitude exige uma mudança tremenda em tudo que nos circunda. Do mesmo modo ocorre conosco quando enxergamos a maior necessidade da Igreja que é formar discípulos; entendemos que este é um motor principal que rege todo o cristianismo. Sem duvida alguma o cristianismo sem discípulos não é cristianismo. Por isso, é importante que o discipulador tenha claro as quatro tarefas que vão tornar o discipulado algo real na vida da Igreja

1. Aprenda a ouvir

Antes de tudo é preciso que o discipulador desenvolva a arte de ouvir. Uma das maiores necessidades das pessoas é falarem de si. Por isso, quando o discipulador se coloca a ouvir, o discípulo estabelece um vinculo de confiança, pois tem a necessidade de ser compreendido, tanto mais porque vê no discipulador a figura de um amigo, de um irmão. Na verdade, boa parte dos problemas das pessoas são resolvidos quando elas se expressam.

Ouvir é sinônimo de se colocar no lugar da pessoa, buscando entender como ela vê o mundo a sua volta. “Lembrem-se disto, meus queridos irmãos: cada um esteja pronto para ouvir, mas demore para falar e ficar com raiva” (Tg 1,19). Eis alguns pontos fundamentais:

a) Ouça com interesse;

b) Ouça com aceitação, não seja juiz da pessoa, não demonstre espanto, encare com naturalidade as coisas que serão tratadas;

c) Guarde sigilo das coisas que você ouvir.

2. Seja um Intercessor

Constitui uma tarefa fundamental no andamento do discipulado, porque o ato de interceder honra a Deus, uma vez que Ele é posto em primeiro lugar. Porém, não é possível dar uma receita para se ter uma vida de oração, não é preciso cursos, palestras, bastar termos a firme decisão: “…Quando orar vá para seu quarto, feche a  porta e ore ao Pai…” (Mt 6,6). Assim, o discipulador não vai ser um analista mais vai ser um intercessor, alguém que traz edificação da parte do Senhor, não alguém em quem as pessoas somente descarregam seus fardos e pronto. Eis abaixo alguns aspectos importantes para o bom êxito desta tarefa:

a) Ouça intercedendo. Não escute por escutar;

b) Ouça a Deus quando você intercede;

c) Mantenha um registro com as necessidades da pessoa. Pode ser um caderninho ao qual só você tenha acesso;

d) Ore com as pessoas;

e) Acompanhe as respostas de Deus diante as intenções.

3. Seja um Modelo

Existem vários estudos que comprovam que as coisas que aprendemos em uma sala de aula, corresponde a 6 % de tudo que é armazenado em nosso cérebro, e os outros 94% corresponde a tudo que aprendemos nas coisas práticas da vida. “Pois temos anunciado o evangelho a vocês não somente com palavras, mas também com poder, com o Espírito Santo e com a certeza de que esta mensagem é a verdade. Vocês sabem de que maneira nos comportamos no meio de vocês, para o próprio bem de vocês. E vocês seguiram o nosso exemplo e o exemplo do Senhor Jesus” (1 Ts 1,5-6).

4. Seja um guia

A função principal de um guia é apontar o caminho, conduzir. Um guia deve saber aonde quer chegar, e porque ele sabe disso conduz os outros pelos caminhos corretos. Por isso, ele deve conduzir seus discípulos ao longo do caminho. O discipulador deve ser alguém que trilhou o Caminho, assim ele deve respeitar cada uma das etapas do crescimento do discípulo.

Por Marcos de Souza Santos