No artigo anterior vimos a importância de se ter coração puro para liderar bem. Hoje vamos tratar de um outro elemento indispensável na liderança de células:
BRAÇOS ACOLHEDORES – como estruturar a reunião da célula
“Portanto, meus irmãos, o que é que deve ser feito? Quando vocês se reúnem na igreja, um irmão tem um hino para cantar; outro, alguma coisa para ensinar; outro, uma revelação de Deus; outro, uma mensagem em línguas estranhas; e ainda outro, a interpretação dessa mensagem. QUE TUDO SEJA FEITO PARA O CRESCIMENTO ESPIRITUAL DA IGREJA” (1 Cor 14,26).
O bom andamento de uma célula passa pela boa realização das reuniões semanais. Sabemos que a célula é mais do que uma reunião, ela é uma pequena comunidade, mas uma comunidade que precisa de uma reunião. E esta reunião segue um padrão que expressa a visão do Pároco ou do Moderador Geral da Paróquia ou Nova Comunidade.
Como ser livres no Espírito Santo para ministrar sem descuidar de seguir com zelo o plano de reuniões estabelecido pela Paróquia ou Comunidade? Tem como conciliar liberdade com obediência e organização?
Se você examinar a trajetória de uma célula que se multiplicou e deu frutos verá que 90% das vezes seu líder e núcleo seguiram o plano de reuniões, mas, claro, algumas vezes se viram na necessidade de adaptar em função de algo novo e imprevisível que tenha acontecido no início ou durante a reunião.
A regra é estar sempre preparados, com a talha cheia (coração puro). Fazendo bem nossa parte nos tornaremos mais sensíveis para permitir que o Espírito nos surpreenda com uma direção, palavra ou ministração extraordinária. A sua parte é manter a talha cheia de água e a de Cristo é mudá-la em vinho.
Assim como os braços reúnem e mantém as coisas juntas, um plano claro de reuniões de células ajuda o líder e seu núcleo a manter as pessoas reunidas no Espírito Santo desde o Encontro à Entrega.
O nosso plano de reuniões
No Brasil a Agência Católicos em Células sugere às paróquias e novas comunidades em células o plano de reuniões dos “5Es”. São 5 estágios, que tem a finalidade de expressar nas reuniões das células os propósitos de Deus para a Igreja:
1.Comunhão
ENCONTRO
2.Adoração
EXALTAÇÃO
3.Discipulado
EDIFICAÇÃO
4.Evangelização
EVANGELISMO
5.Serviço mútuo
ENTREGA
APLICAÇÃO:
(Veremos apenas dois “Es” nesta meditação).
Encontro: melhore a primeira parte de sua reunião. Torne a refeição mais simples e prática e jamais permita que a partilha dos alimentos se torne um fardo para alguém. O grupo deve ter a alegria de estar e comer juntos e não fazer isso por mera obrigação. É fundamental que haja uma boa acolhida inicial e o ambiente da célula seja alegre desde o início, não importa o número de membros. Como líder procure sempre facilitar o entrosamento das pessoas. Para isto serve as perguntas, a dinâmica e o lanche.
Aliás, você tem usado estas ferramentas? Você tem usado o livreto com os quebra gelos?
O melhor quebra gelo é o que traz uma reação ao grupo. As pessoas têm de falar de suas vidas, profissões, passatempos, experiências pessoais, desafios, dramas, alegrias. O foco é firmar relacionamentos sadios.
Dica: nunca comece o quebra gelo dizendo: “O quebra gelo desta noite é…”. É preferível fazer assim: “Pense em um tempo quando…”.
O ideal é que o Encontro dure até 15 minutos.
Exaltação: o objetivo deste “E” é exaltar ao Senhor e entregar a Ele o controle da reunião. Isto vai além da socialização do “E” anterior. A célula sem a presença de Cristo não é diferente de uma reunião de trabalho ou um encontro familiar.
Os cânticos ajudam-nos a orar. Garanta que sua célula sempre tenha folhas com os cânticos a serem utilizados, sobretudo por causa dos visitantes e novos membros. Também o uso da Bíblia é importante, seja com um trecho de Salmo ou outro versículo motivador.
Se não tem instrumento musical, use CD, DVD, notebook, smartphone etc. O importante é que todos cantem a Deus com alegria. Evite o clima funerário, introspectivo. Seja positivo e ajude o grupo a ser também. Dependendo da motivação cantem, dancem, ergam os braços, sorriem etc.
Seja paciente com os visitantes que não “sabem louvar”. É função do dirigente de louvor motivar, ministrar e jamais cobrar, obrigar. E mais, 3 coisas são fundamentais para quem ministrar o louvor:
– ouvidos atentos ao progresso da música;
– ouvidos “mentais” para aferir a atmosfera do grupo;
– ouvidos espirituais, para ouvir a direção do Espírito Santo durante da reunião.
Ao término da Exaltação, certifique-se que o grupo esteja focado em Jesus.
OBS: não deixe a Exaltação ser mecânica, automática. Não se acostume! Deixe-se surpreender e conduzir pelo Espírito Santo, abra-se aos Seus dons, motive os irmãos a ouvir a Deus, receber palavras bíblicas, dons espirituais. Não tema orar uns pelos outros, clamar a efusão do Espírito Santo, cantar com alegria ou chorar, clamar em voz alta ou silenciar… Não há um esquema pronto. O importante é experimentar a Presença do Senhor e ter as vidas tocadas por Sua graça.
Por Cesar M. Lima – Comunidade Fanuel